TAP e o serviço público nas regiões autónomas

on 29 fevereiro 2008

O Governo Regional dos Açores, finalmente decidiu oferecer aos residentes na Região Autónoma, um serviço público de transporte aéreo mais condizente com as necessidades e anseios.
Em resultado de anos de reclamações, e não enjeitando talvez o facto de se estar em ano de eleições na Região, o Governo de Carlos César, decidiu impor um vôo semanal para o Porto a partir da Terceira, se bem que apenas entre 1 de Junho e 30 de Setembro, e também que a ligação semanal à Ilha do Pico a partir de Lisboa seja ao fim de semana, e que essa ligação não tenha escala na Terceira como vinha acontecendo por alegados problemas logísticos, designadamente o reabastecimento, que até esta altura não era possivel no Pico. Decidiu impôr ainda, em 10% dos lugares, reduções de preços a variar entre 30 e 50%, se bem que não esteja muito bem definido, ou pelo menos explicado à opinião pública, a forma como isto se vai processar.
É bem verdade que não são as medidas ideais, e até certo ponto podem ser entendidas como escassas, mas já é um princípio. A liberalização das rotas seria o ideal, mas parece não ser possível, para já.
A TAP, oficialmente, apenas se pronunciou no sentido de não saber quais as exigências do Governo Regional.
No entanto, a imprensa local dá conta do descontentamento da transportadora, pelo facto de... pasme-se... não ter sido consultada!!! Então não é que uma empresa concorrente deveria dar palpites sobre o serviço que o Governo deve exigir ? Mas onde é que estamos?
A rota das Ilhas foi sempre uma "mina" para a TAP. Se haviam rotas que davam lucro eram as das Ilhas. O preço dos bilhetes para residentes é altíssimo. Basta comparar quanto paga um espanhol para ir de Canárias a Madrid, cuja distância é sensilvelmente a mesma. Pois, o espanhol paga menos de metade. A TAP brinda os passageiros com atrasos sucessivos, veja-se o ranking de companhias a prestar maus serviços. Acabaram com as refeições a bordo, e subiram o preço das tarifas. Servem uma espécie de "sandes" cujo pão é muitas vezes aquecido para disfarçar que não é o mais fresco. A TAP festejou os 50 anos, e ofereceu bilhetes a preços vantajosos a quem partisse do continente, e esqueceu-se das Ilhas. É inadmissível ser mais caro viajar para os Açores que para a Alemanha. Se é para ter um serviço "low-coast" então que se paguem tarifas mais condizentes.
Se a TAP quiser abandonar a rota, que eu não acredito pois irá continuar a dar lucro bastante, força, que vá. Para prestar o serviço que presta ao preço que o faz, não faz falta nenhuma.
Claro que, quer tripulações ou pessoal de terra nada têm a ver com este sentimento, são pessoas que não têm qualquer culpa das políticas da companhia.
O Governo Regional da Madeira está a dar passos largos no sentido de liberalizar a rota para quele arquipélago, coisa que o Sr. Carlos César também devia fazer. Com isto os cidadãos saiam beneficiados.

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