O relatório da Sedes...

on 22 fevereiro 2008

... e do Banco de Portugal, por incrível que pareça deram-me uma felicidade: afinal eu vivo em Portugal. Perdão, duas felicidades: José Sócrates não é o primeiro ministro de Portugal. Vitalino Canas também não é membro do PS português. Ufa! Nunca pensei que um relatório tão negativo me fizesse tão feliz. É que já desde a entrevista daquele senhor à SIC/SIC Notícias, me andava a fazer confusão, já não sabia se era português ou era ele que pintava uma realidade completamete deturpada.
Voltando à Sedes, o relatório vem trazer aos círculos mais elevados o que é a vox populi. Ninguém acredita na nossa sociedade. A economia está recessiva e receosa, os políticos só sabem prometer, mas não cumprem e são eles os principais culpados da falta de crença.
Quando vemos um político a prometer baixar impostos e quando chega ao poder a primeira coisa que faz é subi-los, pensamos o quê? Quando vemos um político a prometer que as SCUT vão continuar a sê-lo, para a seguir anunciar a introdução de portagens em grande parte delas, pensamos o quê? Quando vemos um político a prometer a criação de emprego e a taxa de desemprego aumenta de dia para dia, pensamos o quê? Quando olhamos para o governo e vemos ministros sobre os quais impendem processos no Tribunal por alegados pagamentos ilegais a privados, pensamos o quê? Quando vemos ministros serem nomeados, depois de terem sido envolvidos em tentativas de influencia a magistrados em territórios outrora lusos, pensamos o quê? Quando vemos pessoas indigitadas para trabalhar na reforma do processo penal virem posteriormente a ser visadas em processos-crime, pensamos o quê? Quando vemos presidentes de câmara arguidos nos mais diversos tipos de crimes, e a servirem-se do erário público para custear a defesa, pensamos o quê? Quando vimos um ex-preso preventivo, indiciado por um dos mais hediondos crimes contra menores, a ser recebido e aclamado na Assembleia da República (casa de todos os portugueses) com vivas e palmas, pensamos o quê? Quando vemos no próprio seio do partido do poder grandes ondas de contestação...
Enfim, acho que se perdeu completamente a vergonha, que em Portugal vale tudo, é o salve-se quem puder e da maneira que puder.
Embora compreendendo o sentido dado à palavra trabalhar, penso que o recado do Sr. Presidente da República (também ele outrora na Assembleia da República) deveria ser dirigido aos políticos, não só os que estão no poder, mas a todos, porque hoje são estes a fazer asneias, mas amanhã serão outros, certa e infelizmente.
É altura de se consciencializarem que não podem ser sempre os memos a pagar as facturas dos erros dos políticos. A mera responsabilização política não chega...

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