Carnaval

on 05 fevereiro 2008

Confesso que não grande apreciador desta época festiva. Muito menos da intoxicação de brasileirismos que temos que "gramar" cada ano que passa e que vão desvirtuando e engolindo as nossas verdadeiras tradições carnavalescas. Canso-me de ouvir os repetitivos medley's da cachaça, cachoeira, etc., o forró e o samba. Isto para não falar nos desfiles de corpos quase nus a tiritar de frio e a abanarem a "bunda" dizendo que estão a sambar. Tudo isto com a conivência e ampla cobertura da comunicação social. Enfim...
E o nosso verdadeiro Carnaval? Há inúmeras formas de expressão carnavalesca, verdadeiramente genuínas e de grande riqueza cultural.
A título de exemplo, informem-se sobre o Carnaval na Terceira - Açores: são mais de 50 grupos compostos por um número varíavel de pessoas (pode ir de 10 a 30 ou 40) onde cada um representa uma mini-peça de teatro, que percorrem quase todas as freguesias da Ilha entre Sábado e Terça-feira. Há grupos que representam a sua peça mais de 20 vezes para fartas plateias. São as chamadas danças de dia e de noite, também denominadas de espada e de pandeiro, respetivamente. Há também os bailinhos, uma outra forma de representação. Todas elas acompanhadas do elemento musical. Trata-se de tudo: temas cómicos, sátira social e política, actualidade, história, tradições, e tudo o mais que a imaginação permite. Ah, e os textos são todos em verso. São salas apinhadas de gente para ver esta manifestação de cultura popular, onde ficamos embasbacados com o talento, quer de quem escreve quer de quem representa. E tudo isto numa Ilha com cerca de 60 mil habitantes.
Se tiverem curiosidade consultem em: www.tvazores.com

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