Curtas

on 19 março 2008

1 - Alguém sabe para que é que serviu a interpelação à Ministra da Educação? Alguém ficou esclarecido?
2 - Registo, com repúdio, a analogia ou comparação feita entre Sócrates e Hitler na reunião de militares aposentados, ontem. O Sr. Sócrates tem tiques de déspota, mas é muito infeliz a comparação com um dos maiores assassinos da história moderna, mandante de horrores. Além de despropositados esta forma de "protestos" joga a favor do primeiro ministro, que, como ninguém consegue reverter a seu favor a situação através da vitimização.
3 - Os bancos estão preocupados. As margens de lucro estão espremidas. O Banco de Portugal concorda, ora se não. Por curiosidade, sabem-me dizer qual foi a percentagem de aumento dos lucros, por exemplo, no BES em 2007? Há lata para tudo...
4 - Fica prometida uma análise mais aprofundada à nova organização judiciária.
Boa Páscoa...

ooopppsssss...

on 16 março 2008

E não é que abortar é mais saudável que fazer piercings ou tatuagens. Este é só um exemplo, mas poderia falar da despenalização do tráfico de droga para consumo, das salas de chuto...

A entrevista do Sr. Sócrates

on 13 março 2008

Hoje decidi dar mais algum do meu tempo ao Sr. Sócrates, pois achei que me iria divertir. E não dei o tempo por mal empregue.
Pura manobra de campanha de quem quer conquistar os portugueses pelo coração depois de lhes ter assaltado a carteira.
O lobo vestiu-se de cordeiro e veio à aldeia.
Quando o ouvi a dizer que a sua maior virtude era a generosidade, logo me lembrei dos pensionistas, das pessoas do interior, dos que vivem abaixo do limiar da pobreza, etc etc etc. Dei uma gargalhada tal que ainda me dói a barriga.
Outra tirada de interesse foi quando se referiu à poesia de Cesário Verde, onde o poeta sentia uma enorme necessidade sofrer quando contemplava o nevoeiro na baixa de Lisboa. Sócrates sente o mesmo, e faz os portugueses senti-lo também, não só quando há nevoeiro sobre o Tejo...
Cheguei a pensar que estava a ver os malucos do riso. Não, esses vieram depois...

Onde isto já chegou

on 09 março 2008

E quando eu pensava já ter visto tudo, eis que surge mais esta.
A maior indemnização que o Dr. pPdroso poderia ter tido, foi a recepção apoteótica, despropositada e de péssimo gosto, na Assembleia da República.

Protesto dos professores

Sobre este tema o seguinte comentário ilustra bem o estado deste País. palavras para quê???
"A ministra da Educação diz “não ser relevante” a participação de 100 mil professores na Marcha da Indignação, este sábado em Lisboa" inPúblico on-line

Jactos Executivos

on 07 março 2008

A autoria do texto seguinte é atribuída ao jornalista Mário Crespo.
Desconheço se é ele o seu autor ou não, mas concordo com cada letra da crítica que ali é deixada:
"Pronto! Finalmente descobrimos aquilo de que Portugal realmente precisa: uma nova frota de jactos executivos para transporte de governantes. Afinal, o que é preciso não são os 150 mil empregos que José Sócrates anda a tentar esgravatar nos desertos em que Portugal se vai transformando. Tão-pouco precisamos de leis claras que impeçam que propriedade pública transite directamente para o sector privado sem passar pela Partida no soturno jogo do Monopólio de pedintes e espoliadores em que Portugal se tornou. Não precisamos de nada disso. Precisamos, diz-nos o Presidente da República, de trocar de jactos porque aviões executivos "assim" como aqueles que temos já não há "nem na Europa nem em África". Cavaco Silva percebe, e obviamente gosta, de aviões executivos. Foi ele, quando chefiava o seu segundo governo, quem comprou com fundos comunitários a actual frota de Falcon em que os nossos governantes se deslocam.
Voei uma vez num jacto executivo. Em 1984 andei num avião presidencial em Moçambique. Samora Machel, em cuja capital se morria à fome, tinha, também, uma paixão por jactos privados que acabaria por lhe ser fatal. Quando morreu a bordo de um deles tinha três na sua frota. Um quadrimotor Ilyushin 62 de longo curso, versão presidencial, o malogrado Antonov-6, e um lindíssimo bimotor a jacto British Aerospace 800B, novinho em folha. Tive a sorte de ter sido nesse que voei com o então Ministro dos Estrangeiros Jaime Gama numa viagem entre Maputo e Cabora Bassa. Era uma aeronave fantástica. Um terço da cabina era uma magnífica casa de banho. O resto era de um requinte de decoração notável. Por exemplo, havia um pequeno armário onde se metia um assistente de bordo magro, muito esguio que, num prodígio de contorcionismo, fez surgir durante o voo minúsculos banquetes de tapas variadíssimas, com sandes de beluga e rolinhos de salmão fumado que deglutimos entre golinhos de Clicquot Ponsardin. Depois de nos mimar, como por magia, desaparecia no seu armário. Na altura fiz uma reportagem em que descrevi aquele luxo como "obsceno". Fiz nesse trabalho a comparação com Portugal, que estava numa craveira de desenvolvimento totalmente diferente da de Moçambique, e não tinha jactos executivos do Estado para servir governantes. Nesta fase metade dos rendimentos dos portugueses está a ser retida por impostos. Encerram-se maternidades, escolas e serviços de urgência. O Presidente da República inaugura unidades de saúde privadas de luxo e aproveita para reiterar um insuspeitado direito de todos os portugueses a um sistema público de saúde. Numa altura destas, comprar jactos executivos é tão obsceno como o foi nos dias de Samora Machel. Este irrealismo brutalizado com que os nossos governantes eleitos afrontam a carência em que vivemos ultraja quem no seu quotidiano comuta num transporte público apinhado, pela Segunda Circular ou Camarate, para lhe ver passar por cima um jacto executivo com governantes cujo dia a dia decorre a quilómetros das suas dificuldades, entre tapas de caviar e rolinhos de salmão. Claro que há alternativas que vão desde fretar aviões das companhias nacionais até, pura e simplesmente, cingirem-se aos voos regulares. Há governantes de países em muito melhores condições que o fazem por uma questão de pudor que a classe que dirige Portugal parece não ter.
Vi o majestático François Miterrand ir sempre a Washington na Air France. Não é uma questão de soberania ter o melhor jacto executivo do Mundo. É só falta de bom senso. E não venham com a história que é mesquinhez falar disto. É de um pato-bravismo intolerável exigir ao país mais sacrifícios para que os nossos governantes andem de jacto executivo. Nós granjearíamos muito mais respeito internacional chegando a cimeiras em voos de carreira do que a bordo de um qualquer prodígio tecnológico caríssimo para o qual todo o Mundo sabe que não temos dinheiro. "

Insegurança

on 06 março 2008

Os crimes violentos são cada vez mais abertura de notíciário.
O sentimento de insegurança é latente.
A inoperância das forças policiais é por demais visível.
Nada como arranjar uma estatística para contrariar estes factos. Afinal ninguém é baleado à porta de casa, da discoteca, etc, etc, porque as estatísticas até dizem que os homicídios baixaram. Ridículo! Simplesmente, Ridículo!
E não são as medidas agora anunciadas, de forma reactiva, pelo Governo que vão solucuinar ou minimizar os problemas.
A falta de efectivos nas forças policiais é uma realidade, a falta de meios e formação, são outras. Mas já se deram ao trabalho de visitar as esquadras da PSP e postos da GNR? há muitos sítios que a Inspecção de Trabalho certamente mandaria encerrar de imediato, sem quaisquer condições. Mas esta também não é a causa dos problemas.
Problemas sociais e económicos meus senhores, essas são as causas principais, e infelizmente contra esses não há medidas eficazes, e não vão ser 2 000 ou 4 000 polícias, ou equipamento que os vão resolver...

Injunções

O Ministro da Justiça, de olho semicerrado e voz arrastada, anunciou com circunstância o fim de milhares de papeis desnecessários nos Tribunais, em razão da nova funcionalidade no que toca às Injunções, agora mais simplificadas. A medida é boa, não se pode dizer que não. Tudo o que seja avanço tecnógico e deminuição de procedimentos e custos é extremamente positivo.
Só que se voltou a colocar a carroça à frente dos bois: então e os servidores, vão aguentar?
Já não se fala no mais que provável reverso: mais injunções vão significar necessáriamente mais execuções.
A não ser que voltem a perdoar as execuções até determinado valor. Daria sempre jeito às estatísticas.